A Secretaria da Educação de Itaberaba reuniu coordenadores das 35 escolas municipais de Educação Infantil e Anos Iniciais para discutir sobre os desafios da retomada das aulas presenciais. O encontro aconteceu na última semana no Centro de Atendimento à Educação Básica e Formação Continuada (Cenacon), com a orientação do Assessor Pedagógico da Editora Moderna Fábio Correia e da especialista em Coordenação Pedagógicos e em Educação do Campo, Jucilandia Brito Leão.
Durante os trabalhos, os coordenadores falaram sobre as dificuldades encontradas pelos professores e por toda equipe pedagógica no retorno das aulas presenciais. Os desafios mais citados pelos profissionais foram dificuldade de aprendizagem, fatores emocionais, readaptação, desmotivação e pouca habilidade dos alunos com a leitura.
As discussões aconteceram de maneira dinâmica e interativa para que os coordenadores pudessem compartilhar entre eles as questões específicas da escola onde lecionam e o contexto em que cada escola está inserida. O intuito dessa metodologia foi o de promover entre os educadores o trabalho em equipe, despertando a empatia e a flexibilidade, fatores considerados como essenciais para o planejamento pedagógico.
Jucilandia Brito fez uma avaliação positiva do evento. “O trabalho de formação que desenvolvemos com os Coordenadores foi intenso, confirmando o formato que a Rede Municipal já vem desenvolvendo. Assegurar que os alunos estejam na escola e qualificar o tempo com eles são medidas fundamentais para avançar no processo, recompondo as aprendizagens e personalizando o ensino, através de atividades diversificadas”.
A transição tecnológica exige atualização e adequação dos sistema educacional, o que também exige do professor um processo contínuo de atualização do conhecimento sobre os novos recursos tecnológicos e adequação dos métodos aplicados em sala de aula. Incluídos nesse cenário de transição constante, o professor é mais do que nunca um aprendiz a serviço da Educação. É necessário portanto que o professor perceba que está diante de um desafio e ao mesmo tempo diante de uma oportunidade de ser um acolhedor de alunos que trazem com eles suas dores, alegrias e expectativas.
O palestrante Fábio Correia explicou durante o encontro de Formação, que o processo de aprendizagem e ensino requer flexibilidade, já que o ritmo em que esses processos acontecem é diferente de um aluno para outro e de um professor para outro.“É necessário que haja parceria e empatia para planejar. Só é possível planejar aquilo que se conhece. Entender a dificuldade do outro é fundamental para o planejamento e para o ensino e a aprendizagem. É preciso ter paciência com as lagartas se quisermos conhecer as borboletas”, ponderou.
Para enfrentar esses desafios, Fábio Correia diz que a sensibilidade dos professores precisam ser educadas. “Cada profissional está envolvido em contextos específicos. As condições sociais e emocionais dos professores sofrem influência dos alunos que também têm sua história de vida marcada por experiências próprias. Esses fatores precisam ser compreendidos por gestores da Educação, coordenadores e professores”.
Depois de dois anos de isolamento social, o retorno às aulas tem provocado ansiedade tanto em alunos quanto em professores. Diante desse cenário de novidades e transição tecnológica, os educadores reconhecem a necessidade de discutir a recomposição da aprendizagem na Educação Infantil e nos Anos Iniciais. Para Fábio Correia, a recomposição deve começar com o acolhimento dos alunos e a capacitação para que os professores trabalhem com todo suporte necessário a partir da retomada e da nova realidade da “pós-pandemia”.
Outra estratégia apontada durante as discussões para alcançar os objetivos é dar tempo para que os alunos possam desenvolver um vínculo mais forte com os professores para então conseguirem mostrar quais são as suas necessidades.
Mesmo diante das mudanças, das dificuldades e das consequências deixadas pela pandemia, é possível colher lições e se reinventar, é o que acredita Verônica Ribeiro, professora Licenciada em Letra, especialista em Coordenação Pedagógica e em Política do Planejamento Pedagógico: Currículo, Didática e Avaliação.
Para Veronica Ribeiro, que trabalha com Anos Iniciais na Escola Cora Coralina, é preciso refletir a partir das experiências vividas nos dois últimos anos. “Tem sido desafiador nos reinventarmos diante das inquietudes e sermos corajosos diante das mudanças. Fomos forjados revisitando, replanejando, recriando, tendo visão crítica, refletindo sobre o que estamos fazendo. É preciso buscarmos na memória o que daquele período foi produtivo e minimizarmos os danos ao processo educativo, entre eles a evasão escolar”.
Sobre a Formação realizada, Veronica diz que o que mais fez sentido foi sentir que a Rede Municipal de Itaberaba já efetua um trabalho pautado nas propostas trazidas pela Editora Moderna. Segundo a coordenadora, as etapas do planejamento devem incluir a retomada com o olhar para os diagnósticos, programas de recomposição das aprendizagens, personalização do ensino, comunicação entre escola e família e uma educação das sensibilidades para potencialização das habilidades.
Os professores terão pela frente um grande desafio, mas a proposta da Formação para a retomada apresentada por Fábio Correia no Cenacon pode reverberar entre professores que lidam com crianças no dia-a-dia da sala de aula. Como é o caso da professora Damares Ribeiro, que atua na Escola Municipal de Tempo Integral São Roque no povoado da Vazante com Educação Infantil. Ela se diz cautelosa em relação ao aprendizado na Educação Infantil e aponta desafios em lidar com crianças que apresentam certa indisposição, dificuldades para se socializar e demonstram sentir falta das tecnologias (celular, tablet, etc). “O maior desafio no momento de adaptação está sendo colocá-los para seguir a rotina escolar para que consigamos obter bons resultados e garantir que as crianças se desenvolvam de acordo com as exigências da faixa etária”, concluiu Damares.
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