A Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) lançou a Coleção Maya de livros didáticos produzidos por professores indígenas do povo Pataxó Hãhãhãe, em evento no Colégio Estadual da Aldeia indígena Caramuru Paraguaçu, localizado no município de Pau Brasil, na região Sul da Bahia. A ação visa o fortalecimento do pertencimento étnico e a valorização dos conhecimentos tradicionais. Mais de 48 mil livros da coleção, composta por cinco volumes, foram distribuídos pela SEC, em junho deste ano, para as escolas indígenas de toda a Bahia.
A construção dos livros é resultado de um projeto desenvolvido em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba). Os livros, voltados para as especificidades dos povos indígenas, foram pensados para serem trabalhados em sala de aula, em todos os níveis de ensino, tendo em vista o fortalecimento de uma educação diferenciada e bilíngue. A impressão foi feita em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo a superintendente de Políticas para a Educação Básica, Manuelita Brito, os materiais didáticos foram produzidos ao longo dos cursos de formação inicial e continuada para professores indígenas, ofertados pela SEC em parceria com Instituições de Ensino Superior. “Nesses espaços de formação, as experiências dos professores indígenas de diversas etnias têm sido exercitadas e o etnoconhecimento valorizado. A entrega da tiragem de 48 mil exemplares constitui uma importante iniciativa para o fortalecimento da política de produção de materiais didáticos específicos e diferenciados para a Educação Escolar Indígena”, destacou.
A primeira professora indígena do povo Pataxó Hãhãhãe, Maria Muniz, cujo nome indígena é Maya, mesmo do título da coleção, participou da elaboração dos livros e foi homenageada. “Este é um dia muito importante para a minha comunidade, pois é uma realização de um sonho de muitos anos. Esta é uma coleção muito rica e com um conteúdo diferenciado. Fico emocionada com esta homenagem, pois eu fui a professora das escritoras dos livros e que hoje são minhas colegas de trabalho”, comentou.
Para a estudante indígena Uyara Kiteria da Cruz, 16, 2º ano, do Colégio Estadual da Aldeia indígena Caramuru Paraguaçu, o material didático é essencial para o aprendizado. “Estes livros são de suma importância para todos os estudantes e estamos muitos orgulhosos com os nossos educadores indígenas, pois esse material servirá de inspiração para todos nós”, disse.
A SEC tem investido na Educação Escolar Indígena por meio de diferentes ações. No dia 8 de agosto, por exemplo, foram convocados 63 professores indígenas, do Edital nº 001/2019, do processo seletivo realizado em fevereiro de 2019. No mês de julho, foi realizado o III Seminário para Construção das Diretrizes da Educação Escolar Indígena, na aldeia indígena de Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália.
Foto: Olinda Wanderley
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