A TARDE Educação reúne especialistas em evento sobre Educação Antirracista

A TARDE Educação reúne especialistas em evento sobre Educação Antirracista

A TARDE Educação reúne especialistas em evento sobre Educação Antirracista – 

Mesmo após 22 anos da promulgação da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatória a inclusão da história e da cultura afro-brasileira nos currículos das escolas públicas e privadas do Brasil, sua aplicação ainda enfrenta dificuldades. É nesse contexto que será realizado, no dia 14 de maio, das 8h às 17h, no Espaço Mário Cravo, localizado no Ed. Casa do Comércio, em Salvador, o I Encontro de Educação 2025, promovido pelo Grupo A TARDE, por meio do Programa A TARDE Educação.

 

Debater Educação Antirracista se tornou fundamental. Segundo a pesquisa ”Lei 10.639: a atuação das Secretarias Municipais de Educação no ensino de história e cultura africana e afro-brasileira”, realizada pelo Geledés Instituto da Mulher Negra e pelo Instituto Alana, 71% das secretarias municipais de educação realizam pouca ou nenhuma ação para a efetividade da legislação.

O levantamento conseguiu abrangência nacional com o apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação (Uncme). Diante desse cenário, o papel da escola no enfrentamento ao racismo torna-se ainda mais essencial.

 

 

I Encontro de Educação 2025

 

Com o tema “Traçando caminhos para a alfabetização na perspectiva de uma Educação Antirracista”, o I Encontro de Educação 2025, exclusivo para convidados, reunirá secretários de Educação, articuladores de municípios parceiros do Programa e profissionais da educação de toda a Bahia.

 

 

Um dos destaques da programação será a palestra “Educação Antirracista: um compromisso com a equidade e a cidadania”, mediada pelo doutorando em Difusão do Conhecimento pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Natanael Conceição Rocha. Para ele, encontros como esses são fundamentais para fortalecer a formação continuada de professores e para a construção de políticas educacionais mais justas.

 

Natanael Conceição Rocha

Natanael Conceição Rocha | Foto: Divulgação

 

 

“Espaços como este devem ser fortalecidos, ampliados e multiplicados. Por isso, parabenizo a iniciativa. É essencial que esse debate se aprofunde e alcance não apenas os profissionais da educação, mas também toda a sociedade […] Ao envolver educadores, gestores e demais profissionais da educação, fortalecemos um diálogo potente, que precisa transbordar os muros da escola, alcançando outros espaços sociais e inspirando novas reflexões e práticas”, afirma.

 

 

Durante sua fala, o professor Natanael pretende destacar a urgência de colocar a Educação Antirracista como eixo central das decisões pedagógicas. A partir do conceito de “pregnância da Educação Antirracista”, explorado em sua dissertação de mestrado, ele propõe que esse modelo educativo vá além de ser um tema pontual e se torne fundamento das práticas escolares.

 

 

 

“Ao analisarmos a realidade brasileira, torna-se ainda mais evidente a urgência de fortalecer essa perspectiva. Acredito firmemente que a educação é uma das ferramentas mais potentes para promover transformações sociais profundas […] Dessa forma, minha fala parte da introdução à Educação Antirracista e avança para uma reflexão sobre as Leis Federais 10.639/2003 e 11.645/2008, destacando tanto os desafios persistentes em sua implementação no cotidiano escolar quanto a urgência de radicalizar esse debate”, disse.

 

 

No período da tarde, o debate será conduzido pela pedagoga e doutora em Educação, Taísa Ferreira, que ministrará a palestra “Como explorar as relações étnico-raciais na alfabetização”. Para ela, a alfabetização sob uma perspectiva antirracista é uma urgência incortornável.

 

 

Taísa Ferreira

Taísa Ferreira | Foto: Laisa Gabriela Sousa/Divulgação

 

 

“A educação pública no Brasil de forma geral deveria ser pensada em perspectiva étnico-racial, desde a formação docente, as políticas curriculares, os materiais, o investimento, até chegar às práticas pedagógicas. Ainda precisamos diariamente debater sobre a importância de se cumprir com uma responsabilidade que deveria ser entendida como óbvia, mas ainda não é. […] Apesar do avanço nas discussões, essa questão ainda é muito secundarizada no país, haja vista as pesquisas recentes que apresentam que apenas 21% das secretarias municipais do país investem em políticas públicas étnico-raciais consistentes”, pontua.

 

 

Durante o encontro, Taísa também pretende abordar três aspectos centrais: a necessidade de uma alfabetização pensada a partir de uma perspectiva étcnico-racial; a análise dos indicadores educacionais e das estruturas curriculares que sustentam a alfabetização; e as possibilidades de construção de práticas pedagógicas comprometidas com o pleno desenvolvimento cognitivo, identitário e afetivo dos estudantes negros e negras.

 

 

“Ao observarmos os índices de alfabetização (e de analfabetismo) no Brasil, percebemos que os números não representam apenas um quantitativo, mas que, sobretudo, carregam uma identidade específica. O meu principal objetivo é fomentar reflexões sobre quais os compromissos necessários por parte de cada participante para que possamos produzir um processo de alfabetização em que as questões étnico-raciais tenham centralidade e condições de enraizamento”, destaca.

 

 

 

Com grande expectativa, a professora Taísa espera fomentar reflexões sobre os compromissos necessários à construção de uma alfabetização baseada na equidade racial, inspirando compromissos e ações educativas voltadas para a construção de uma consciência alfabetizadora conectada às necessidades, potencialidades e identidades da população baiana que dá vida às escolas públicas.

 

 

 

“Compreendo que, em estados como a Bahia, é fundamental que os/as profissionais estejam bem articulados/as com as questões étnico-raciais no que diz respeito a sua formação. Uma prática educativa consistente se faz com construção de consciência, e uma das possibilidades dessa construção é a formação”, finaliza.

 

 

O I Encontro de Educação 2025 conta com o apoio da Autoridade Portuária da Bahia – CODEBA, da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran), da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e da Secretaria da Educação do Estado (SEC).

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