O Centro de Formação de Professores Emília Ferreiro, no Costa Azul foi palco, nesta segunda-feira, 6, da entrega de óculos com tecnologia assistiva OrCam MyEye para 30 estudantes e 13 professores da rede municipal de ensino e do Instituto de Cegos da Bahia (ICB) com cegueira ou outro tipo de deficiência visual. O equipamento, que utiliza a tecnologia de visão artificial, a partir de uma câmera inteligente que faz a leitura em tempo real de textos, rostos, produtos, cores, códigos de barras e cédulas de dinheiro, atenderá a 122 alunos e profissionais com deficiência visual registrados na rede.
Os estudantes experimentaram os óculos durante o treinamento e agora passarão a utilizar o dispositivo em todas as atividades diárias, em casa e na escola. A coordenadora de Educação Inclusiva da Secretaria Municipal da Educação (Smed), Patrícia Anacleto, explica o passo a passo da operação. “Passamos pelo momento de apresentação, treinamento, manuseio e utilização dos óculos assistivos, e hoje estamos entregando este equipamento configurado de forma personalizada, para que eles possam utilizar em sala de aula, em casa, de forma a fazer de forma mais efetiva as atividades”, relata.
Para ter acesso ao programa basta ser aluno ou professor da rede municipal, comprovadamente possuidor de alguma deficiência visual, ou totalmente cego. Os candidatos a receber o dispositivo são captados já no processo da matrícula.
A tecnologia utiliza a inteligência artificial na realização do reconhecimento óptico de caracteres sem a necessidade de conexão com a internet, permitindo ao usuário enxergar em qualquer lugar, permitindo a gravação de rosto e nome, a partir de tecnologia para reconhecimento facial, permitindo ainda a leitura de perto e de longe, de código de barras, consulta de preços, cardápios e bulas de remédios, por exemplo. O equipamento oferece ainda a leitura em três línguas: português, inglês e espanhol.
A partir da OrCam MyEye, será possível otimizar a curva de aprendizado dos estudantes, facilitando atividades de leitura instantânea, reconhecimento de cores, matemática, reconhecimento de cédulas monetárias, leitura de forma geral, reconhecimento facial, de forma a reconhecer as pessoas no entorno do estudante, bem como familiares. Além disso, deverá dar mais autonomia e independência no dia a dia das crianças e adolescentes, facilitando o cumprimento das tarefas diárias sem a necessidade de um intermediário para ler no lugar deles.
A dona de casa Juciara Conceição, de 39 anos, moradora de São Tomé de Paripe, foi buscar os óculos para a filha Ana Flaviane, de 10 anos, e entende que o material será de extrema importância para a melhoria da qualidade de vida e dos estudos da filha. “É uma grande ajuda, pois nem todas as pessoas na condição dela têm a possibilidade de ter acesso a um equipamento desse. Isso vai ajudar muito na evolução da vida dela, tanto na escola, como na vida em geral”.
Ana Flaviane cursa o 1⁰ ano na escola Otaviano Pimenta, em São Tomé. “Gostei bastante dos óculos, e já é possível sentir a diferença no meu dia a dia”, celebrou a pequena, ainda tímida diante do novo mundo que passa a compartilhar com o novo equipamento de estudo.
A alegria de ter a chance de realizar novas descobertas também é o que impulsiona as palavras do pequeno Enzo Felipe, de 7 anos que, a partir do acesso ao novo equipamento, tem a chance de mudar o curso de sua vida educacional e privada, com a revelação de novos horizontes a partir do que lhe é revelado pelas lentes digitais do OrCam MyEye. “Foi uma surpresa, não sabia que ganharia os óculos. Eles vão me ajudar muito a ver melhor as coisas. Estou ansioso para levar eles para casa”, afirma.
“Eu me sinto muito feliz por ele, pois além de não enxergar nada desde os dois anos de vida, agora ele poderá ter a emoção de conhecer o mundo, ter acesso a coisas que até pouco tempo parecia impossível “, afirma a mãe, Fernanda, bastante emocionada.
A doméstica Helena Santos de Lima, 47 anos, compareceu com a filha Daniele Pereira dos Santos, de 14 anos, para pegar o equipamento. “Foi uma grande alegria saber que ela seria contemplada com os óculos. Seria impossível para nós termos acesso ao equipamento. Com eles, ela poderá ler tudo aquilo que gosta, sem depender do acesso a escritos em braile.”.
“É uma emoção enorme, pois é um equipamento muito caro que eu sabia não ter condições de comprar. Será de grande ajuda para ler os livros da escola, histórias que só conhecia de ouvir falar, então é um momento de muita alegria poder colocar em prática tudo que aprendi durante o treinamento”, destaca Daniele, que é estudante do 8⁰ ano da Escolar Municipal Leonice Andrade, no Calabetão.
Foto: Bruno Concha/Secom PMS
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