O isolamento social, imposto pelas medidas de prevenção ao contagio humano pelo COVID 19, ocasionou o fechamento das escolas que segundo relatório do Banco Mundial mais de 1,5 bilhões de alunos em aproximadamente 160 países ficaram sem aula. No Brasil, segundo o INEP, 48 milhões de estudantes deixaram de frequentar as escolas o que ampliou as desigualdades sociais no que se refere ao ensino e aprendizagem dos alunos das escolas públicas no ano letivo de 2020.
Este cenário desafiador impôs mudança de comportamento dentro e fora da escola despontando um novo modelo de educação mediado pela tecnologia. Os recursos para acesso ao ensino remoto no Brasil, ainda são escassos, mesmo para os que possuem o acesso e os equipamentos, gerenciar as atividades, a organização do tempo, não foi algo fácil quando associado com a rotina das famílias, também isoladas nas suas residências, passando por diversas privações.
A Rede Pública Municipal de Salvador é composta por mais de 140 mil alunos, distribuídos em 434 unidades escolares, que ofertam desde a educação infantil, perpassa por todo o ensino fundamental, contempla a modalidade da Educação de Jovens, Adultos e Idosos, programas de regularização de fluxo, além do atendimento a um significativo número de alunos público da inclusão. Com esse cenário, objetivando preservar o vínculo afetivo e pedagógico entre o ambiente escolar e os alunos, diversas estratégias de ensino são utilizadas, avaliadas através de um sistema de monitoramento, se necessário, modificadas para alcançar o objetivo final que é a aprendizagem dos alunos.
As tradicionais estratégias metodológicas, corriqueiramente utilizadas em sala de aula, foram substituídas pelo ensino remoto, vídeos postados no canal do youtube ou enviados por wattzap, plataformas online, oferta de chips, aulas na tv, não abandonando as tradicionais atividades impressas que auxiliam os alunos desprovidos dos meios tecnológicos.
As redes de ensino, seus professores e alunos, como num toque de mágica, tiveram que se adequar a essa nova realidade que os impôs uma auto formação em conhecimentos desconhecidos e providos de uma estrutura tecnológica e ainda precária para muitos.
No retorno das atividades presencias, será necessário a aplicação de uma avaliação diagnostica que avaliará as aprendizagens consolidadas, no período de afastamento, norteando os trabalhos futuros, identificando, planejando e executando um plano individual para as necessidades de cada aluno, com plano de recuperação, atividades complementares e apoio pedagógico quando necessário.
A pandemia consolidou um cenário desafiador para a Educação, instituiu novos comportamentos, revendo os processos, estruturas e metodologias. Conviver com a imprevisibilidade na educação, onde os processos estavam minimamente planejados, exigiu um trabalho coletivo e mais alinhado. Muitos aprendizados se concretizaram, pois as crises paralisam alguns mas ensinam aos que estão abertos ao novo, tornando as novas aprendizagens irreversíveis.
Edna Rodrigues de Souza
Pedagoga
Mestre em Educação
Gerente de Currículo da Diretoria Pedagógica da SMED
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