Estado inicia entrega dos absorventes higiênicos do projeto Dignidade Menstrual nas escolas de Salvador
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) iniciou, nesta quinta-feira (16), nas escolas estaduais de Salvador, a entrega dos absorventes higiênicos do projeto Dignidade Menstrual. O Colégio Estadual Pinto de Aguiar, localizado no bairro de Mussurunga, foi uma das primeiras unidades escolares a receber os absorventes, cuja entrega também já acontece nas escolas no interior do Estado. Serão beneficiados, na Bahia, mais de 226 mil estudantes e pessoas que menstruam regularmente matriculadas na rede estadual de ensino e que se encontram em situação de pobreza ou extrema pobreza, na faixa etária de 11 a 45 anos. O programa ofertará mensalmente um pacote de absorventes descartáveis por beneficiária e terá um investimento total de R$ 5,6 milhões.
A diretora do Pinto de Aguiar, Ana Paula Ramos, falou da importância do projeto. “Trata-se de uma iniciativa de extrema importância, pois boa parte das estudantes não têm acesso. E isso não passa apenas pela questão material do absorvente mas também com relação ao conhecimento. O papel fundamental da escola é dar dignidade às meninas e pessoas que menstruam através da informação e, consequentemente, dar acesso a esse material. Esses absorventes ficarão disponíveis na escola, inclusive no período de férias, para ser feita a reposição mensal”.
Para Noemi Santana, 15, 1º ano, o projeto é fundamental. “Acho de extrema importância recebemos gratuitamente absorventes na escola, pois nem todas as alunas e pessoas que menstruam têm condições de comprar. Além disso, esse projeto vai nos dar a capacidade de entender melhor o período menstrual e os cuidados que devemos ter através de palestras e dos materiais informativos disponibilizados”, afirmou a estudante, que também participou de uma oficina sobre as ações do projeto promovida por técnicos da Coordenação de Educação Ambiental e Saúde da SEC.
A estudante Lisandra Clara Santos, 15, 1º ano, também aprovou a iniciativa. “Com este projeto, vou me sentir mais segura em vir para a escola estando no período menstrual, pois sei que terei o apoio da escola com a entrega dos absorventes e, também, em dialogar sobre o assunto de forma mais aberta, pois é algo que mexe com o nosso corpo”, disse. A mãe de Lisandra, Jaqueline Neves, fez questão de acompanhar a filha na entrega do material. “Sempre converso com ela sobre saúde da mulher e esse trabalho que a escola também está fazendo é essencial. Essa inciativa vai ajudar muito”, comentou.
Ações pedagógicas – Diversos materiais didáticos também estão disponíveis no
Portal da Educação. Dentre eles está a Cartilha Educativa sobre Saúde Menstrual, que explica o que é a menstruação e quais as mudanças que provoca no organismo, bem como contribui para desmistificar tabus relacionados ao tema. Fazem parte das ações da SEC, ainda, processos formativos para estudantes, professores e gestores, visando ajudar na promoção da cultura, do cuidado, da empatia e do respeito.
De acordo com a técnica pedagógica da SEC, Bruna Menezes, a pobreza menstrual pode afetar, inclusive, o desenvolvimento educacional por conta da frequência reduzida nestes períodos. “Cerca de 90% das meninas que menstruam passam de 3 até 7 anos no ambiente escolar. A gente sabe que as pessoas que enfrentam o problema da pobreza menstrual têm suas vidas impactadas também no processo de aprendizagem, por isso, o programa faz essa interação entre a escola e a estudante para que todos entendam a dimensão desse momento”.
Fotos: Josenildo Almeida ASCOM/SEC
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