As fanfarras escolares atuam como uma importante estratégia para auxiliar na formação musical e aproximar a escola da comunidade. Em Bom Jesus da Lapa, o Colégio Estadual Monsenhor Turíbio Vilanova vem utilizando o contato com a arte há cinco anos, e possui uma banda com 30 estudantes que tocam instrumentos de sopro e percussivos, com elementos de coreografia. No começo do ano letivo de 2022, o Governo da Bahia iniciou a entrega de 100 kits de fanfarra em todo o estado, contendo diferentes instrumentos musicais. A unidade escolar foi uma das contempladas, o que irá possibilitar a expansão do projeto.
Carlos Roberto Marques, 17, 2º ano do Ensino Médio, que toca bumbo há um ano, relata que os benefícios da fanfarra atraem diversos jovens do município. “Estar na fanfarra mudou o meu modo de pensar. Antes, não gostava de música e hoje vivo a música. Meu desempenho na escola melhorou, e sinto que os professores estão admirados com a nossa mudança de comportamento dentro e fora de sala. A fanfarra tem vários pontos positivos: conhecemos novas pessoas, é ótima para aprendermos, distrairmos a mente e nos divertirmos. Sempre meus amigos me perguntam como fazer para entrarem no grupo e isso é um sinal de que as pessoas percebem os resultados positivos”.
Aline Barbosa, 20, estuda Administração na Unopar. Mesmo não estando como aluna regular no colégio, a ex-estudante gosta de estar com o grupo e permanece tocando tarol com os colegas na ala percussiva. “Participo desde 2017. Desde criança admirava a percussão do Carnaval e me esforçava ao máximo para aprender. Estar com o grupo é muito gratificante e me ajudou a evoluir e aprender os conceitos musicais. Comecei aqui e quem sabe amanhã não consiga estar em uma percussão de axé ou de outros ritmos? Continuo na fanfarra, porque amo esse projeto e quero continuar tocando e aprendendo para cada vez sentir a música com mais intensidade”.
De acordo com o instrutor Gilberto de Jesus, a música agrega a juventude e chama a atenção de forma positiva. “Percebo como uma das formas de assegurar a cultura local e o protagonismo da juventude. O aluno sai das salas e encontra novos espaços para ser reconhecido. Com isso, não só a escola ganha, mas toda a comunidade. Eu me sinto feliz e emocionado ao ver em uma apresentação eles serem aplaudidos após tanto esforço. Não tem preço visualizar o sorriso de um aluno ao perceber que está sendo reconhecido pelo seu talento”.
A gestora da unidade, Tânia Laranjeira, destacou que a fanfarra exerce a função de inclusão social, permitindo interação e estímulos artísticos. “Percebemos muita alegria nos dias de ensaios; as famílias comparecem; e os nossos estudantes ficam mais participativos nos projetos da escola. Recebemos do governo do Estado um novo kit que vai possibilitar a expansão das vagas e logo a nossa banda vai beneficiar mais pessoas, podendo ter até 80 estudantes”.
Sobre as fanfarras – As fanfarras são uma das ações estratégicas da SEC que visam contribuir para a sua efetivação, conforme a Lei n° 11.769/2008, como espaço e tempo de aprendizagens, através do ensino de instrumento individual e ou coletivo e das expressões artísticas, corporais, garantindo a permanência e qualificando as aprendizagens. As fanfarras escolares fazem parte do calendário das comemorações cívicas da Bahia não apenas no 7 de Setembro, mas, também, em outras festas comemorativas, a exemplo do 2 de Julho, que marca a Independência da Bahia.
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