A Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, promoveu o Seminário “A Construção da Identidade Negra no Brasil e o Papel da Pedagogia Antirracista”. Ministrado pela Prof.ª Dayse Cabral de Moura, o encontro aconteceu no auditório do Centro Municipal de Atenção Especializada (Cemae).
A professora destacou que o objetivo da palestra foi discutir os desafios da afirmação da identidade negra no Brasil.
“Vivemos numa sociedade que tem o racismo na sua base estrutural. Como isso repercute, rebate, para afirmar-se negro? Vamos trabalhar todos estes elementos e como está a educação neste processo da afirmação das identidades negras”.
Ela ressaltou ainda a necessidade de que a educação desenvolva práticas docentes antirracistas. “O enfrentamento do racismo e que proporcione as pessoas poderem assumir suas identidades com liberdade, leveza e felicidade”, acrescentou.
Também foi debatido os projetos pedagógicos que Vitória da Conquista já vem desenvolvendo e a importância de ampliar esses projetos em todas as modalidades de ensino.
O Coordenador do Núcleo Pedagógico, Ronílson Ferreira, explicou que se trata da continuação do trabalho iniciado na Jornada Pedagógica 2025, que este ano teve como tema ““Diálogos Étnicos-Raciais: por uma educação antirracista”.
“Durante este período temos feito várias ações e atividades como desdobramento deste tema, primeiro estimulando as escolas a dar visibilidade a temática, e não só dar visibilidade, mas construir uma pedagogia antirracista na perspectiva de dar o caráter positivo que do que é abordar a questão étnico racial nas escolas”.
Participando do evento, a Coordenadora das Escolas Nucleadas, Lucinea Gomes de Jesus, afirmou que é mais uma ação na proposta de reconstrução de uma pedagogia que de fato destaque e dê evidência a estas vozes.
“Este é nosso público, ele está nas periferias, nas escolas quilombolas, nas comunidades do campo, na cidade e nós precisamos construir uma pedagogia que alcance essas pessoas. Eu acredito que esta é mais uma ação de fortalecimento da pedagogia antirracista”.
Ela defendeu que a infância é o período essencial para a construção da identidade.
“Este processo de construção de identidade é necessário ter afirmativas, representatividade para que estas crianças se espelhem nas figuras, nas personagens negras, para elas falarem ‘eu também quero, eu também posso’ e isso é empoderar essas crianças no sentido de ela acreditar, que ela pode, e com certeza vai repercutir no processo de aprendizagem dessa criança, porque ela terá mais amorosidade consigo mesma, com seus familiares, no reconhecimento da sua identidade que é negra”, concluiu.
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