O dia 1º de maio é comemorado em vários países. No Brasil, o Dia do Trabalhador só foi reconhecido em 26 de setembro de 1924, através do decreto nº 4.859, assinado pelo então presidente Artur da Silva Bernardes. Pautando-se nos debates do Nobre (2020), a partir de uma visão ontológica marxista sobre o trabalho como premissa da vida social dos homens, temos a dimensão positiva do trabalho, como base construtiva e eterna da vida social e a negativa, como contingente e superável posto que se refere à sua dimensão alienada, estranhada, sob a forma de fetichismo da mercadoria, e que se espalha por todos os complexos sociais, inclusive na educação escolar.
Constituindo uma visão educativa libertadora, Paulo Freire, no final dos anos 1940, até o início dos anos 1960, em contato com a realidade de camponeses e operários pernambucanos, se envolveu em projetos de educação popular. A perspectiva freiriana aporta-se na necessidade de valorização do trabalho, como vetor para uma educação emancipatória onde os repertórios entre conhecimento tácito e acadêmico são materializados na práxis educativa.
Segundo Saviani (2007), no ensino fundamental, a relação entre trabalho e educação acontece de forma implícita, porque não estuda sobre o processo de produção em si, mas sim sobre o mundo em qual vive e sobre a função do trabalho.
Na Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI), esses paradigmas são visibilizados na relação educação e trabalho, produzindo um efeito de proximidade entre os saberes tácitos e os saberes escolares, gerando uma aprendizagem significativa, que promove valorização e pertencimento, entre os atores do processo educativo.
Observando a importância de visibilidade do mosaico produtivo dos Educandos da EJAI da Rede Municipal da Cachoeira, as escolas estão organizando exposições fotográficas, apresentando projetos exitosos das ações pedagógicas realizadas, onde evidencia-se a interação da comunidade escolar e as atividades produtivas dos educandos da EJAI no contexto do trabalho, como fonte de renda e valorização dos saberes práticos. Sabemos dos desafios a serem enfrentados pela educação, em conformidade com os avanços das novas tecnologias, como requisito das forças produtivas, porém acreditamos piamente numa educação humanizada, onde a valorização de todos os saberes e conhecimentos são importantes no processo educativo.
Referências:
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Ed. 58. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
SAVIANI, D., Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação v.12 n.34, [s.l.], jan./abr. 2007.
LOPES, F. M.; SILVA FILHO, A. L. da. LA ONTOLOGÍA DEL TRABAJO: EL PARADGMA NEOLIBERAL Y SUS CONSECUENCIAS EN LA EDUCACIÓN ESCOLAR. Revista Inter Ação, Goiânia, v. 45, n. 1, p. 81–95, 2020. DOI: 10.5216/ia.v45i1.61164. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/interacao/article/view/61164. Acesso em: 2 may. 2022.
Marineide Leite Marques
Coordenadora da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI)
Secretaria Municipal de Cachoeira – Bahia
Referências:
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Ed. 58. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.
SAVIANI, D., Trabalho e educação: fundamentos ontológicos e históricos. Revista Brasileira de Educação v.12 n.34, [s.l.], jan./abr. 2007.
LOPES, F. M.; SILVA FILHO, A. L. da. LA ONTOLOGÍA DEL TRABAJO: EL PARADGMA NEOLIBERAL Y SUS CONSECUENCIAS EN LA EDUCACIÓN ESCOLAR. Revista Inter Ação, Goiânia, v. 45, n. 1, p. 81–95, 2020. DOI: 10.5216/ia.v45i1.61164. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/interacao/article/view/61164. Acesso em: 2 may. 2022.
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