Dia do Psicólogo: profissionais tiveram que se reinventar para atender em sessões online por conta da pandemia

“Você acha que a tecnologia serve a você ou você serve à tecnologia?”. Essa foi uma das últimas indagações do @content.vc no Instagram. A cada postagem, o perfil discute e busca refletir qual uso fazemos da internet e como cultivar um bom proveito dela sem que isso acabe prejudicando nossas relações no mundo offline. Com o distanciamento social imposto pela pandemia, muitas atividades foram transferidas para o digital, aumentando a cautela com o tempo que gastamos e as relações que construímos em frente às telas.

Mas se há profissionais que podem trabalhar isso com propriedade, eles são os psicólogos que, nesta quinta-feira, 27, inclusive, comemoram o Dia do Psicólogo em todo o país. Se antes eles chamavam atenção dos pacientes para o uso moderado das plataformas digitais, agora passaram, também, a estar mais conectados nas redes para dar sequência às suas atividades e acompanhamentos terapêuticos.

O que não mudou foi a defesa de espaços de convivência mais saudáveis também na internet. Essa é uma das principais filosofias do Arvorar Desenvolvimento Humano que há cinco anos desenvolve ambientes de construção de amizades, crescimento pessoal e afetos entre adolescentes, jovens e adultos. Com a pandemia, as atividades presenciais foram adaptadas para o contexto virtual, sem perder a essência principal: o contato humano saudável e enriquecedor.

“O que nos motivou a criar o Arvorar foi o fato de que vivíamos em um mundo tão virtualizado, onde as relações se davam basicamente pela internet. O contato humano estava se perdendo. Então, o Arvorar foi pensado para suprir um pouco isso. E aí veio a pandemia e tivemos que nos reinventar, justamente no campo virtual”, explica o psicólogo Eduardo Santos, um dos criadores do projeto.

 

Psicólogo Eduardo Santos é um dos criadores do projetoPsicólogo Eduardo Santos é um dos criadores do projeto
Recentemente, o programa lançou a versão digital do Arvorar Jovem, destinada a adolescentes de 11 a 17 anos, com o tema “Cultivando o bem-estar emocional em tempos de pandemia”. A premissa segue a mesma dos encontros presenciais. A diferença é que agora não há delimitação geográfica, podendo participar interessados de qualquer lugar do mundo.

“A essência do Arvorar é ser um programa de empoderamento juvenil. É um espaço de crescimento pessoal e coletivo. Nós acreditamos muito no potencial transformador que o adolescente tem. Tanto na transformação da própria vida, como na do seu entorno. Oferecemos no Arvorar um espaço de convivência, recreação e ação”, destaca Eduardo.

Atividades de autoconhecimento, fortalecimento da autoestima e desenvolvimento de habilidades de socialização fazem parte do programa. Agora, tudo foi adaptado para o ambiente virtual, para mostrar aos adolescentes como encontrar caminhos saudáveis na internet para, posteriormente, colocar em prática quando a interação física for mais segura. “Nossa intenção é a formação de vínculos mais saudáveis e produtivos. É um espaço para fortalecer os laços de amizades”, conclui o psicólogo.

Cartilhas de bem-estar

O que não falta são boas atitudes de promoção de bem-estar mental na internet. Aplicativos como Lojong, Mediotopia e Medite-se oferecem exercícios rápidos e guiados de meditação que podem ajudar no controle da ansiedade. Além disso, outras ações realizadas por psicólogos oferecem serviços gratuitos para auxiliar na melhoria do bem-estar mental.

A Liga Acadêmica de Terapia Cognitivo-Comportamental (LATCC), grupo de extensão formado por alunos e professores de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), por exemplo, desde o início da pandemia transferiu suas atividades para as redes sociais digitais.

Além de eventos on-line, o grupo tem produzido cartilhas sobre saúde mental na pandemia, abordando temas como ansiedade, convivência entre pais, avós e filhos e empatia. “O conhecimento tem que ser abrangente, atingir o máximo possível de pessoas. Por isso, as cartilhas são gratuitas e têm linguagem simples, apesar de haver uma construção teórica por trás”, explicou a psicóloga e professora de Psicologia da Uerj Angela Donato Oliva, em entrevista ao site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Para conferir mais, basta clicar aqui.

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