Colégio Noêmia Rego promove projeto para incentivar a cultura da paz no bairro de Valéria, em Salvador

Através da arte, da cultura, do voluntariado e do acolhimento, o Colégio Estadual Professora Noêmia Rego, no bairro de Valéria, em Salvador, vem permanentemente difundindo a paz pelos seus arredores. Com muros pintados, cartazes espalhados nos pátios e projetos artísticos em parceria com instituições religiosas, artistas e de moradores, a unidade escolar realiza o projeto “Cultura da paz na escola”, com o objetivo de transmitir valores humanitários da não violência, da convivência pacífica, da solidariedade, da importância do diálogo para a resolução de conflito e do desenvolvimento da  autoestima da comunidade escolar, a partir das atividades culturais.

De acordo com o gestor do Colégio Noêmia Rego, Edson Lima, a campanha da escola vem sensibilizando moradores do bairro que estão usando a palavra paz pintada em suas casas. Para o diretor, a escola deve ser um ambiente para propagar a informação, cultura e paz. “O nosso objetivo é promover a prática da não violência contra pessoas ou patrimônio. Vamos levar a ideia do acolhimento, afeto e escuta através da arte para os nossos estudantes,  profissionais e moradores do bairro. A ideia é transcender os muros e tocar positivamente em todo o nosso redor. Estamos atuando com oficinas de pintura e dança e revitalizamos a nossa fachada com um grafite. A arte foi feita com um campo de girassóis e uma grande asa branca simboliza a serenidade e paz que todos nós desejamos”.

O projeto artístico do ambiente foi realizado pelo arte-educador e grafiteiro Thito Lama, em parceria com a design Preta Nesta. Thito falou sobre a experiência. “ Acredito que, através do incentivo da arte e cultura nas escolas, com certeza poderemos fortalecer a paz. Projetos desse cunho são  importantes para mostrar à população novos horizontes. Devemos acreditar que, através da educação, podemos mudar uma realidade e, com diálogo, encontramos  alternativas para implementar projetos consistentes que valorizem a todos inseridos em um processo de promoção de justiça e igualdade social”.

A estudante Ângela Vinhatico, 20 anos, matriculada no curso de técnico de nível médio em Administração, diz que o projeto vem trazendo bons frutos. “É algo bem interessante. A gestão sempre busca o equilíbrio e a paz. Mesmo com a pandemia, o colégio teve muito traquejo em lidar com os estudantes e habilidade para transmitir conceitos de cidadania e convívio social”.

A socorrista Cláudia Ribeiro de Jesus Pereira é mãe da estudante Kaylane Ribeiro de Jesus Pereira e atua como voluntária na escola. Nascida e criada na Valéria, ela dedica seu tempo em ouvir e acolher estudantes. “A experiência está sendo algo gratificante e prazerosa. Converso muito com as crianças e tento mostrar que a agressão verbal ou física não leva ninguém a nada. Destaco para eles a importância de falar um obrigado e de serem gentis e afetuosos. Um aperto de mão e aconchego valem a pena. O afeto promove a paz, que é fundamental para um desenvolvimento saudável de uma comunidade escolar”.

Eunice Souza dos Santos é mãe de um ex-estudante da unidade. Com formação em Pedagogia, ela começou a atuar também como voluntária no colégio. “Quando fui inserida no “Cultura da paz na escola”, percebi algo de especial. Comecei a dedicar um tempo para ajudar os alunos a realizarem o projeto e foram feitas algumas atividades baseadas no tema, o que trouxe um impacto positivo, contribuiu para que cada um percebesse que a paz começa ou deve estar em casa, dentro de nós”.

A professora de Geografia Helvia Cerqueira está na unidade há 21 anos e comenta que o projeto vem mudando o cotidiano dos alunos de forma harmônica e positiva. “A estética influencia na autoestima do estudante. A unidade está  bonita e colorida, com flores e imagens que fazem com que os alunos se sintam acolhidos. Além disso, temos investido na escuta. É essencial ouvir, entender os anseios dos alunos, enxergá-los e tratá-los de forma personalizada, pois cada um tem a sua realidade e anseios”, considera.