Após inúmeras reuniões entre a comunidade Cangula, no município de Alagoinhas, e o Ifaradá – Núcleo de Educação Escolar Quilombola da Secretaria Municipal da Educação (SEDUC), a Escola Municipal Carlos Gomes foi renomeada para Escola Quilombola João Anastácio em homenagem ao professor quilombola. No último domingo (27) a Secretaria Municipal de Educação realizou a solenidade de renomeação da escola municipal que contou com a presença da comunidade e autoridades como o prefeito interino Roberto Torres, o Secretário de Educação Gustavo Carmo, o presidente da Câmara Municipal de Vereadores, José Cleto e o vereador Márcio da Cavada.
O município de Alagoinhas conta atualmente com 3 escolas reconhecidamente quilombolas e com duas em processo de reconhecimento. A renomeação da escola de Cangula para Escola Quilombola João Anastácio é um marco para o município e homenageia um educador quilombola da comunidade que, em vida, lutou pela instalação da escola em seu território. Segundo Dulcineide Bispo, coordenadora do Núcleo de Educação Escolar Quilombola, “essa conquista é fruto de todo um movimento, com várias reuniões com as comunidades, que acataram as mudanças.”, diz.
Para o secretário de educação, Gustavo Carmo, a renomeação da escola é uma forma de reconhecer o pleito da comunidade e valorizar os feitos de João Anastácio. “A SEDUC valoriza, neste ato, o gesto de alguém que há 50 anos, já estava preocupado em fazer a alfabetização de adultos. Além disso, o professor João Anastácio se mobilizou com a construção e instalação desse prédio escolar, no final da década de 70 e início da década de 80″, declarou.
Na ocasião, a unidade escolar também ganhou uma Quilomboteca: biblioteca com temática específica e acervo voltado para o combate ao racismo e valorização “da cultura, das artes e das pessoas, de um modo geral, de pele negra”, informou o secretário da Educação. A professora Maria Rosário, falecida recentemente, também foi homenageada na oportunidade. Ela atuava na Educação quilombola e era uma referência no distrito de Boa União.
O gestor da pasta da Educação ressaltou a importância do ato, “Exemplos como esse devem ser valorizados, enaltecidos e apresentados à nossa população para servir de estímulo e de exemplo positivo. O momento é muito propício, afinal de contas, estamos no mês de novembro, com ações voltadas para a consciência negra, o combate ao preconceito e ao racismo”.
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